terça-feira, 24 de março de 2009

ENTENDA O CASO NARDONI

28/05/2008 - 20h31
Alexandre Nardoni acusa delegados e se contradiz em interrogatório
Publicidade
PAULO TOLEDO PIZA
Colaboração para a Folha Online

O pai da menina Isabella, Alexandre Nardoni, acusou nesta quarta-feira os dois delegados que investigaram a morte de sua filha de realizar um inquérito tendencioso e de pressioná-lo para que confessasse.

Almeida Rocha/Folha Imagem

Marco Polo Levorin, que defende Jatobá e Nardoni, chega ao Fórum de Santana
Alexandre e a mulher, Anna Carolina Jatobá, são acusados de agredir a menina e atirá-la pela janela do apartamento do casal, no sexto andar do edifício London, zona norte de São Paulo. Os dois foram interrogados no Fórum de Santana.

O depoimento do pai de Isabella começou pouco antes das 18h e durou duas horas, metade do tempo que a mulher falou.

Algemado e com o uniforme do sistema prisional, o acusado disse ao juiz Maurício Fossen que foi chamado de "assassino" pela delegada Renata Pontes e de "psicopata frio" pelo delegado Calixto Calil Filho. Segundo o acusado, em seu primeiro depoimento, no dia do crime, o delegado chutava uma lixeira e dava socos na parede enquanto ouvia Alexandre. Ele só teria parado depois que seu pai, Antonio Nardoni, chamou um advogado.

Danilo Verpa/Folha Imagem

Em carro da Polícia Militar, Alexandre Nardoni chega para depor no Fórum de Santana
Por meio da assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública, Renata Pontes se disse tranqüila em relação a seu trabalho de investigação e que jamais induziu, sugeriu, aconselhou ou mandou que Jatobá desse qualquer tipo de resposta. O delegado ainda não se manifestou.

Mais suspeitos

Alexandre reclamou ao juiz que desde o começo das investigações a polícia já os considerava culpados. "Nunca investigaram o porteiro, o pedreiro e o zelador", disse a Fossen. O juiz questionou se ele tinha algo contra os três. Alexandre respondeu que todos haviam tido acesso às chaves do apartamento, recém-reformado e ocupado pela família.

Assim como a mulher, que depôs antes do marido, Alexandre descreveu a relação dos dois. Mais calmo que Jatobá --que tinha a voz embargada e chorava quando falava da enteada, ele se contradisse quando dava detalhes sobre o temperamento da mulher.

Inicialmente, Alexandre disse que nunca havia sido xingado por sua mulher, mas depois voltou atrás e disse que agressões verbais já haviam acontecido. O acusado também negou que a mulher era ciumenta, o que a própria Jatobá já havia admitido anteriormente.

Dia do crime

Os passos da família no dia que a garota foi jogada pela janela também foram descritos por Nardoni. Ao contrário da mulher, que contou o que acontecera desde a quinta-feira anterior ao crime, o pai de Isabella falou apenas sobre o sábado, 29 de março, dia que Isabella morreu.

A versão é a mesma que a mulher apresentou à Justiça e que ambos já haviam contado à polícia desde o assassinato: os dois chegaram juntos ao prédio e Alexandre subiu sozinho carregando Isabella. Jatobá e as outras duas crianças ficaram no carro até que ele voltasse, sem a filha, para ajudá-los a subir. Na versão da defesa, uma pessoa entrou no apartamento enquanto Alexandre descia, agrediu a menina e a jogou pela janela.

A polícia considera que o tempo entre a chegada do casal --fornecido pela empresa de rastreamento do carro-- e a morte da menina, não seria suficiente para um invasor cometer o crime. A versão policial é a de que a garota foi agredida no carro e esganada pela madrasta, e depois atirada pela janela pelo pai.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial